Um texto de Henri Nouwen para cada dia da Quaresma.

5. Caos interior

5. Caos interior

Buscar solitude em nossa vida é um dos aspectos mais necessários da disciplina e também a mais difícil das disciplinas. Embora desejamos a verdadeira solitude, também passamos por certa apreensão a medida que nos aproximamos do seu lugar e do seu momento. Assim que nós estamos sozinhos, sem pessoas para conversar, livros para ler, TV para assistir ou telefone para falar, um caos interior começa. O caos pode ser tão perturbador que não vemos a hora de voltar à atividade. Portanto entrar no quarto e fechar a porta não significa que eliminamos imediatamente do nosso interior todas as dúvidas, ansiedades, medos, más lembranças, conflitos não resolvidos, sentimentos de ira e desejos impulsivos. Pelo contrário, depois de nos afastar de todas as outras distrações, logo descobrimos que nossas próprias distrações se manifestam com força total. Em geral utilizamos as distrações exteriores como proteção contra os ruídos interiores. Por isso não é de surpreender que tenhamos dificuldades em ficar sós. O confronto com nossos próprios conflitos pode ser muito doloroso de suportar. Isto é o que faz com que a solitude seja muito importante. A Solitude não é uma resposta espontânea de uma vida ocupada e preocupada. Existem muitas razões para não estar sozinho. Portanto, devemos começar a planejar cuidadosamente nosso tempo de solitude. – Henri Nouwen, em Renovando todas as coisas