O novo ateísmo ou ateísmo militante é uma expressão nova a designar uma realidade também nova. Como fato individual, a negação de Deus é quase tão antiga como a humanidade. Como fato social, o ateísmo é um fenômeno inédito na vida da humanidade. A etnografia e a história não conhecem povos sem religião. Com o advento do comunismo que, a todo transe, pretendia traduzir em realidade social o materialismo dialético de Marx, a irreligiosidade passa a ser o ideal de uma nova civilização, e o combate à divindade, a condição preliminar de seu triunfo na história. O marxismo era essencialmente um ateísmo militante. (ver http://permanencia.org.br)

Na parte superior: Nietzsche, Freud e Marx. Na parte inferior: Hitchens, Harris e Dawkins.
Hoje porém assistimos a uma viragem. Já não se trata dum ateísmo de matriz filosófica, mas dum novo ateísmo alimentado pela referência ao discurso científico. Depois dos “mestres da suspeita” (Marx, Nietzsche e Freud), hoje é a vez do neodarwinismo e das neurociências de fornecer argumentos a fim de que se acredite que Deus não existe.
O novo ateísmo é também militante (combatente) porque condena não apenas a crença em Deus, mas também o respeito pela crença em Deus. Segundo eles, toda religião é má! Não está apenas errada. Ela é perversa: “Com ou sem religião, haverá sempre pessoas boas a fazer coisas boas e pessoas más a fazer coisas más. Mas, para pessoas boas fazerem coisas más, é preciso religião” (Steven Weinberg, físico). Para o ateu-militante tudo pode e deve ser explicado e resolvido pela ciência. Eis porque o novo ateísmo militante vem promovendo uma auténtica “cruzada contra a religião”.
A face mais visível dessa cruzada são os inumeráveis livros lançados nestes últimos anos, particularmente desde 2004, por cientistas influentes, tais como: o biólogo britânico Richard Dawkins, um dos mais conhecidos pesquisadores do evolucionismo e principal ícone do novo ateísmo; o escritor e jornalista inglês Christopher Hitchens (falecido em 2011), conhecido pelo seu espírito irreverente e anticlerical, e pela sua hostilidade a qualquer forma de religião (num livro contra Madre Teresa trata-a de “anjo do inferno”); o neurocientista americano Sam Harris; o filósofo estadunidense e estudioso da mente Daniel Dennett; o célebre físico inglês Stephen Hawking … Dawkins vive em Oxford, na Inglaterra, mas foi nos Estados Unidos que o grupo de militantes ateus se tornou mais ruidoso.
A principal crítica aos novos ateus é que, junto com Deus, eles retirariam a espiritualidade da vida das pessoas. A resposta deles é que a espiritualidade pode vir da contemplação da natureza. Até os ritos poderiam ser preservados, com novos significados. Como faz, por exemplo, o administrador de empresas gaúcho Roberto Moschen. Ateu, ele criou uma versão alternativa do Natal: o Newtal, um natal para o cientista Isaac Newton, que nasceu em 25 de dezembro.
(http://revistaepoca.globo.com).